Nesta semana começou a ser divulgado no Estado o curta-metragem produzido por realizadores amapaenses. Ana Vidigal, amiga e militante do audiovisual e Presidente da ABD&C no Amapá me apresentou “Me dá um abraço”. O filme, de aproximadamente 15 minutos, me surpreendeu logo de cara. Eu sempre acho muito bom poder assistir a uma produção local. As informações que tenho é que o projeto é o resultado de uma oficina oferecida pela Teia Cultural o que gerou a proposta “Cinema feito a mão”. Que bom que aqui na nossa distante Amazônia o cinema começa a mostrar como e por quem será abraçado. E com certeza e sem exageros, essas mãos estão se habilitando para trabalhar e agarrar a sétima arte com verve e estilo. “Me dá um abraço” expõe conflitos e aflições através do tenso relacionamento entre as irmãs Fernanda (personagem de Samara Barbosa) e Flávia (interpretação de Adriana Abreu). Fernanda se mostra popular e rebelde com a Flávia, que é mais fechada num interesse sutilmente nietzschiniano pela leitura. Destaque para a interpretação concentrada das duas atrizes.
O filme que foi escrito e dirigido por Regi Cavaleiro que apresenta um roteiro bem articulado e nos leva ao perdão e ao exercício da tolerância com um desfecho surpreendente. Ele (o roteiro) nos conecta a um drama social onde as famílias mais unidas podem desistir e abandonar seus entes queridos pela falta de solidariedade e compreensão. O tema abordado é super oportuno, o que faz cumprir muito bem o papel do audiovisual. A produção é assinada por Larissa Guimarães e Alexandre Brito, a fotografia é de Rodolfo Figueiredo com música de Diego Moura (Vila Vintém). Espero sinceramente que “Me dá um abraço” seja visto por todo tipo de platéia e alcance os objetivos de seus realizadores. E que desse abraço, surjam outros sempre fortes e precisos. Na minha humilde opinião o cinema com essa proposta só pode vir de boas mãos e merece o nosso caloroso e fraterno abraço. Parabéns a toda equipe.
Thomé Azevedo (Roteirista e Diretor de audiovisual).
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