Conhecer outros lugares, aproximar-se de culturas, povos e costumes diferentes, são características do Homem, desde os primórdios da própria Humanidade.
As clássicas civilizações antigas ocidentais greco-romanas já nos presenteavam em suas atividades culturais, esportivas e religiosas aquilo que podemos considerar como o embrião para a florescente indústria que é hoje o Turismo.
Os gregos, verdadeiros criadores dos Jogos Olímpico, àquela época já preocupavam-se com a arte de bem receber o estrangeiro, com a construção de Ginásios destinados à hospedagem e alimentação. Ainda mais, segundo os Helenos, durante essas competições esportivas, Zeus, viria ou estaria entre os estrangeiros para assistir ao referido evento e, com isto os habitantes ofereciam suas residências a esses estrangeiros (vamos dizer, turistas esportivos) para se alojarem e, assim quem sabe estariam recepcionando Zeus- O Senhor do Olimpo.
O esplendor e apogeu do Império Romano, fez de sua capital, uma grande cidade cosmopolita à época com uma série de atrativos, incentivando através de suas estradas a vinda de outros cidadãos de origens estrangeiras para conhecerem e usufruírem de tudo que a Roma Antiga oferecia: jogos, lutas, saunas, centros termais, alguns com capacidade de receber até dez mil pessoas/dia, cerimônias religiosas, comércio etc...
Atualmente, na conjuntura mundial o Turismo é responsável pela maior fatia do PIB em diversos pontos do globo, isto, nas localidades onde ocorre um sério planejamento participativo visando, evidentemente, o incremento das atividades turísticas a se concretizarem, então,nesses lugares.
Uma infinidade de segmentos surge na atualidade no setor Turismo. Desta forma, observamos que as pessoas viajam por diversos motivos: Sol e praia (Turismo de Lazer), Festividades Religiosas (Turismo Religioso), Eventos Esportivos (Turismo Esportivo), Congressos e Eventos (Turismo de Eventos) SPA’S, Estâncias Climáticas (turismo de Saúde), Atividades Sócio-Culturais (Turismo Cultural) etc...
Brevemente, reportemo-nos ao Turismo Cultural e a abrangência que o termo contempla, nos limitaremos, à questão museológica. Não resta dúvida que o museu, seja qual for a sua temática, representa um fator primordial na elaboração de roteiros turísticos regionais operacionalizados pelas Agências de Viagens e Turismo.
Caracterizando-se, então, como uma fonte de informação do conhecimento, o museu é aquela instituição fundamental a quem viaja e tem o Turismo Cultural como o motivador maior do seu deslocamento de origem a outro destino.
Vamos à nossa questão, ora enfatizada no que concerne à nossa infraestrutura museológica, no Amapá, o que se apresenta:
ü Museu Joaquim Caetano da Silva: aspectos históricos do Amapá
ü Museu Fortaleza de São José de Macapá: temático à própria história da Fortaleza
ü Museu Sacaca- que agora deverá retornar ao seu nome de origem: Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável - enfatizando a vida, os costumes, a cultura do homem amazônida. Completamente abandonado, sem condições de visitas.
No Amapá, município, o Museu a Céu Aberto da 2ª Guerra Mundial. Completamente abandonado. Sem comentários. No Oiapoque, temos o Museu do Índio.
Mas, o que nos leva à redigir este artigo? Simplesmente, esses espaços turísticos-culturais estão fechados neste início de ano e de férias escolares, por falta de uma política séria para o setor cultural, onde não se tem um norteador condizente à contratação de pessoal especializado a atuarem nestas instituições públicas, prevalecendo muitas vezes a alocação de recursos humanos inadequados para trabalharem em razão, principalmente, do apadrinhamento político. Não que sejamos contra essas pessoas, mas por uma questão da busca de seus direitos, aceitam quaisquer opções, sem ao menos terem a referida habilidade para desempenharem tais funções.
Estão fechados nossos museus. Não temos a visitação do nosso próprio habitante local e das pessoas que estão passando por nossa cidade.
O momento por qual passa o Estado sucateado do Amapá, torna-se difícil mais ainda a contratação de pessoal para trabalhar nesses atrativos turísticos.
Senhor Secretário da Cultura do Amapá, Zé Miguel, por que não se discutir a alternativa do cooperativismo profissional para desempenhar o receptivo nos nossos museus?
Por falar em museus, vejo na imprensa escrita que temos o Museu da Imagem e do Som, funcionando nos altos do Teatro das Bacabeiras (talvez na cumeeira), será que não está na hora de levarmos este tão importante museu para o prédio onde funciona hoje, a nossa querida Rádio Difusora de Macapá? Dando-se uma repaginada sócio-cultural neste nosso patrimônio público.
Paulo de Tarso Gurgel
Bacharel em Turismo
Licenciado Pleno em História
Conselheiro Estadual da ABAV Nacional
tarsogurgel@bol.com.br
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