quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Moto lidera ranking de transporte na região Norte

Cerca de 65% da população da região Norte do País utiliza motocicletas para se locomover no dia-a-dia. O dado é do Sistema de Indicadores de Proteção Social (Sips), realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os 300 questionários realizados na região mostraram que há uma motocicleta para cada grupo de 100 habitantes do Norte. É a maior taxa entre as cinco macrorregiões brasileiras. A ampla fatia de motos da frota dos municípios nortistas acompanha as estatísticas salariais per capita. De acordo com o levantamento, aproximadamente 70% dos habitantes com renda familiar de até um salário mínimo – cotado hoje em R$622 -, usam a motocicleta como meio de transporte. As famílias da mesma renda apresentaram também altos índices para outros tipos de transporte mais baratos, como o sistema público (71,8%), bicicletas e a pé (ambos com 92%). O número de motos é contrastante com a quantidade de carros por pessoa, que chegou a 45 veículos por morador da região. O montante acumula uma fatia de 25,26% do total de meios de transporte. O dado, de acordo com o especialista em mobilidade urbana Geraldo Alves, é baixo em comparação a outras áreas do País, que contam com ligações rodoviárias a outros Estados, como o Sudeste. “Se as cidades são pequenas e não há rodovias, qual a importância de automóveis para estes centros urbanos? As distâncias a serem vencidas são curtas e não há a necessidade de uso dos carros”, comentou. O Sips analisou também o sistema de transporte público da região. De acordo com o levantamento, quanto maior o número de habitantes de um município, menor a qualidade do transporte público. Em uma cidade com menos de 20 mil moradores, apenas 27% da população avaliou o sistema público como “ruim/muito ruim”. Já em cidades com mais de 100 mil habitantes, a porcentagem de insatisfação pública subiu para 41%. A informação do levantamento, segundo o especialista, é coerente com a realidade brasileira. “As cidades menores dependem menos dos sistemas de transporte públicos; outras tantas nem sabem o que é isso. Nas cidades grandes, as distâncias são maiores e, consequentemente, o sofrimento da população com o transporte oferecido também é”, afirmou Alves.

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