terça-feira, 6 de julho de 2010

Artesãos de Mazagão ganham Torno Elétrico para produção de souvenirs

Os equipamento industrial permite agilidade no processo de produção e criação de peças em miniatura, em argila

A Associação de Artesãos Maracá e Cunani, composta por 28 membros, localizada no Ramal do Piquiazal, em Mazagão, recebeu do Senai, em parceira com o Sebrae, doação de um Torno Elétrico para produção de peças em miniatura (linha de souvenirs) em argila. A partir desse equipamento se iniciam os testes e o Sebrae estará desenvolvendo o layout das embalagens para compor a linha completa de apresentação do produto para comercialização.
Segundo a gestora do Projeto Amapá Feito à Mão, Josseli Pantoja, o objetivo é focar a comercialização nas festividades do Estado, em Mazagão, com a Festa de São Tiago, em Macapá, a Expofeira, e para os eventos do Sebrae como a Feira do Empreendedor e Amazontech. “A proposta da Associação é oferecer a linha de souvenir também para as instituições governamentais e privadas, como opção de brindes genuinamente amapaense”, disse Josseli.
De acordo com ela, o torno rústico permitia apenas produção de peças em argila de médio e grande porte, com o elétrico se permite adquirir habilidade em peças delicadas, de traços mais sofisticados, além de agilidade no processo produtivo e o incremento de novas técnicas.
Para o conselheiro da Associação, Vicente Moraes, a perspectiva é na melhoria da qualidade do trabalho, maior capacidade de produção com nível acima da média, mas o fator mais significativo é a condição de trabalho, a melhoria no quadro de saúde, prejudicada pelo esforço em manusear o equipamento rústico em quatro horas ininterruptas na atividade, o que causava problemas principalmente na coluna cervical. “O Torno Eletrétrico vai proporcionar mais conforto e conseqüentemente aumento na produção”, declara o artesão.

Retrospectiva
Em 2009, o Sebrae planejou uma ação de consultoria que se chamava ‘Chão de Fábrica’ (espaço de produção). Essa consultoria tinha como proposta identificar as irregularidades no processo produtivo, o que entravava e qual a causa na demora do processo de produção.
O consultor do Sebrae, em uma parceria com o Senai, nesse projeto, identificou irregularidades na estrutura física e na falta de equipamentos, a precariedade na utilização do forno a lenha, a demora e custo alto para essa produção. Com base nisso, propôs a doação de um Torno Elétrico, por conhecer o trabalho da Associação Maracá e Cunani e saber que a entidade vive do artesanato, há uma produção constante e comercialização contínua em Macapá, na Casa do Artesão, além de participar de feiras e, ainda, receber turistas no local de produção em Mazagão.
De acordo com o diretor do Centro de Formação Francisco Leite, do Senai, o professor Assis Feitosa, reconhece a Instituição como referência em nível nacional em qualificação e formação em várias áreas técnicas. “Viemos ao encontro dos membros da Associação Maracá e Cunani de Mazagão para doar um equipamento essencial para eles, conservado e importante para o Senai, mas que não estava sendo utilizado, porque a tecnologia vai evoluindo e avançando e, conseqüentemente, as ferramentas utilizadas pela Instituição também”, informa o diretor.

Projeto
Desde 2006, quando se iniciou o resgate da cultura Maracá e Cunani, começaram as atividades do Sebrae com intervenções de design e melhoramento dos produtos, técnicas, pintura e traços artesanais. O Projeto Amapá Feito à Mão do Sebrae veio reforçar ainda mais as ações de melhoramento no Chão de Fábrica dos artesãos, pois onde se produzia a peça, próximo ao torno rústico, também era utilizado para secar e pintar. No final, o produto apresentava algum resquício de poeira ou sujeira. “As consultorias do Chão de Fábrica vieram para montar um organograma correto desse processo produtivo e ter no final uma peça limpa e muito bem acabada”, explica a gestora do projeto de artesanato do Sebrae, Josseli Pantoja.

Perspectivas
A Associação aguarda apoio para melhoramento na estrutura física. O Sebrae elaborou projetos de viabilidade econômica para tentar acesso ao recurso da Adap (Agência de Desenvolvimento do Amapá), no Projeto Comunidades Duráveis que contempla a construção de um barracão para a Associação, aquisição de equipamentos e ações de design, que não tem como parar, pois há necessidade de inovação e manter o profissional atento a que o mercado está pedindo.
A gestora de projeto do Sebrae explica que o mercado hoje sinaliza para a Associação a necessidade de produção de uma linha de souvenirs e brindes corporativos, e que o Sebrae providenciou a contratação de um consultor para desenvolvê-la junto a comunidade. A embalagem já está sendo desenvolvida pela Instituição que conduz o processo de criação, produção e confecção dos primeiros lotes de embalagens.
O Torno Elétrico foi entregue pelas instituições parceiras, Sebrae e Senai, no dia 1º de julho, na Associação de Artesãos Maracá e Cunani, no Ramal do Pequiazal, em Mazagão.

Nenhum comentário: